Normalmente quando iniciamos uma relação, iniciamos no geral, mas nem sempre por uma
atração física, uma parte nossa mais instintiva e está tudo certo; a questão aqui é confundir
desejo e atracção ou mesmo paixão (desejo mais intenso com uma carga mais física e
emocional quase obsessiva pelo outro) com amor.
Quando nos perguntamos: “Será que gosto daquela pessoa? Será que me sinto atraído? Pois
só penso nela e essa pessoa vira-me do avesso”…”será que gosto mesmo dela? “ A resposta é
normalmente..” sim claro não tenho dúvidas, sinto-me totalmente atraído e só me apetece
estar com essa pessoa..”, no entanto isso não é amor, pois todos nós sabemos que o gostar
pode implicar atraçao (relação sexual e supostamente amorosa ) ou apenas gostar sem
atração ( amizade, familiar, colegas etc); no entanto o desejar e o gostar são muito diferentes
do amar…para amar temos de ampliar a nossa perspetiva, temos de ser imparciais, aceitar,
não esperar nada em troca, não criar expetativas e claro essencialmente, respeitar sem julgar!
Logo tudo o que implica polarizar algo, como o julgamento, a critica destrutiva, culpar e
projetar no outro, gostar ou não gostar, desejar ou não desejar, rotular etc, implicará divisão e
consequentemente separação e vivência das emoções como tristeza, rancor, ressentimento,
raiva,ódio, etc.
Portanto as perguntas são:
Eu gosto muito dele/a mas será que o/a amo?
Eu sinto um desejo enorme por ele/a, mas será que estou pronto a aceitar a sua sombra e a
sua luz ao seu ritmo, no seu status social, religião,raçã, idade, etc?
Eu costumo dizer que aceitar não é “gramar com”, com isto, antes de eu querer amar ou
desejar alguém, tenho de saber se me amo integralmente, só depois poderei saber se o gostar
ou desejar poderão manter -se através do amor, se não vira carência e consequentemente
dependência emocional.
Por exemplo : Eu posso gostar muito de alguém, mas se essa pessoa fuma, bebe, não é muito
sociável, ou mesmo come carne etc; eu não tenho o direito de mudar essa pessoa ou impor-
- lhe seja o que for ; tenho antes de mais antes respeitar-me e pôr os devidos limites com o
devido respeito, pelas necessidades e princípios de cada um e deixar fluir; se for
muito difícil para algumas das partes é porque não tinha de ser!
Por exemplo: Namoro com alguém que bebe ou fuma e se por acaso vivemos na mesma casa,
a outra pessoa terá de respeitar o espaço comum e fumar só num espaço já combinado para o
efeito ou no exterior; se beber e isso incomoda – me teremos de chegar a um acordo ou cada
um vive na sua casa; se tem uma alimentação diferente, teremos de encontrar pratos em
comum; ou faremos pratos separados, se um que comer carne e o outro vegetais etc;
No entanto a comunicação é a chave do sucesso. Procurar comunicar essencialmente o que
se sente e precisa em cada situação assim como o mesmo da outra parte e menos o que se
quer e deseja poderá ter mais frutos. Amar nunca foi fácil para ninguém, principalmente
quando nunca ninguém nos ensinou verdadeiramente a fazê-lo e quando não temos quase
nenhumas referências.
Com isto sugiro, deseje e goste…mas essencialmente Ame! Pois para amar não preciso de
desejar, nem de gostar, ( e clamar gramar) só precsiso realmente é de aceitar a diferença e
respeitar o outro, não permitindo ao mesmo tempo que isso me faça perder o amor por mim.
Bem haja e abraço de coração,
Filipa Andersen,